quarta-feira, 30 de abril de 2008

Faça-se a arte!


Track! Algo estrala na cabeça de um dos seres que habitam a terra. Algo confuso. Que viria desconstruir toda a rotina do mundo. O homem, o ser que sofreu tal "atentado", agora teria o poder de manipular todo o mundo.Um ser que até então servia como uma das melhores e frágeis presas, passaria a reinar no mundo, a estar no topo da cadeia alimentar. Isso por um simples estralo, isso por um simples Dom. A Razão.

Mas não só de glórias se alimenta o homem desde então, com a capacidade de dominar o mundo e a natureza ele também ganhou a razão crítica de procurar sentido em tudo. E isso o levou a criar desesperadamente artifícios que pudessem "esconder" tal tragédia, qual a existência. Daí vem a relação dele com as imagens e a escrita, uma tentativa exaustante de se comunicar com os outros e "fincar" sentidos nas coisas.

A arte codificada, não o homem
Claro que esses dois parágrafos acima não querem aqui fundamentar toda a história da humanidade. Eles apenas servem como fundamento para a criação da arte por parte dos homens, seres dotados de sede insaciável por expressão, reconhecimento e paz.

Nessa busca por sentidos na vida, o homem passa a organizar seus pensamentos, que são muitos, em grupos classificáveis. É de um prazer imensurável, para nós homens em uma conversa de bar - que também é uma conveniência criada por nós - fazer uma viagem por nossa história, com fundamentos em livros e grandes nomes da mesma. Assim todos nós nos entendemos, é como situar a copa em que o Brasil foi tetra no ano de 94, todo brasileiro entenderia. Pois é através de Códigos que concretizamos um diálogo.

Um arte sem rótulos
Um novo estralo é dado, eis que surgi, a era da informação, e com ela a arte contemporânea. Esta última que vem para acabar com as conversas nos bares, que vem descontruir todos esses códigos e esses parâmetros lógicos usados para organizá-los. Agora não há ordem cronológica para organizar os fatos, este pensamento baseado em uma linha histórica está fadado a descrença. A escultura não é mais uma arte única na qual podemos conceituar e dividí-la em várias vertentes estéticas. A escultura hoje é música, é teatro, é um entrelaçamento de artes, ela é híbrida. Track!

Com o artista ganhando tal liberdade de expressão, a humanidade não poderá mais fazer uso de toneladas de costumes, línguas, religiões e vertentes para esconder que no fundo, no fundo, ela nasce para envelhecer e sucumbir. Dá até para fazer um paralelo, diria mais, dá até pra "fundamentar" este último "track" como o mesmo "track" que despertou o homem pra razão, que de razão, não tem nada.

Ui!