domingo, 11 de maio de 2008

Aracaju, minha menina!


escrito por Rafael Oliva no final de 2006



Volto de salvador com minha visão totalmente distorcida da cidade, que apesar de linda, com seu prédios históricos, ladeiras, ruas e avenidas sem orientação alguma --- estranho, é tão louco, que acaba sendo bonito --- Salvador é meio hostil.

Confesso que é uma cidade mística, não tem como não sentir a energia do lugar, orixás e exus que regem tudo de bom e de ruim na cidade; ecravos, sinhazinhas, senhores, que por ali viveram e fizeram a era colonial; artistas, militantes políticos, que lutaram contra a ditadura militar.Enfim é de emocionar, olhar para uma das construções históricas --- que são muitas --- de salvador e saber que por ali passaram inúmeros personagens da história do país.

O que não dá é atribuir ao baiano algo que ele não é.Por exemplo, o chamam de preguiçoso, mas vá viver numa cidade que em uma caminhadazinha você sobe no mínimo duas ladeiras completamente íngremes. Não é que o baiano seja relaxado, é que depois de subir e descer tanta ladeira, a única coisa que vem em mente é uma rede para descansar o corpo exausto; outra: o baiano não é tão caloroso quanto diz a Globo e os próprios. Ao pedir algumas informações pela cidade, algumas pessoas me respondiam friamente, outras nem sequer respondiam, acho que putos com a ivasão de turistas fascinados com algo que eles não vêm mais graça.

Se queres sair pela cidade e gastar R$ 10, leve pelo menos mais dez para distribuir entre os mendigos que ficam de esquina a esquina. E o pior, são mendigos luxuosos, mal acostumados com gringos generosos, não aceitam "gorgetas" modestas.

Posso estar sendo equivocado, já que não vivi o bastante este 5 dias na terra de todos os santos --- A chuva dos exus quase não me deixou sair --- mas estou certo de que não trocamos nossa cidade natal por qualquer outra.

Viver Aracaju é:

  • ruas e avenidas regidas pela razão geométrica

  • poucas opções de lazer, que não nos deixam na dúvida,

  • praias de água barrenta, que por não se enquadrar no padrão de beleza se tornam original,

  • um rio Sergipe que apesar de todos o coleiformes fecais ainda é lindo,

  • duas únicas universidades, que custam a ensinar.

  • um aracajuano que, por mais que seja desconfiado, é uma pessoa maravilhosa, que ama sua cidade sem saber.

  • A beleza dela está justamente em ser pacata e ao mesmo tempo ser sede de idéias grandiosas

Saudações a Bonfim, Romero, Barreto, e a todos seu contemporâneos, Francisco Dantas, Henrique teles, Antônio da Cruz, Fábio Sampaio. Enfim, a todos que fazem de Aracaju, a nossa menina.

sábado, 3 de maio de 2008

Que tempo?!



O tempo

Por: Vinicius Salomão

O tempo existiria se não houvesse alguém pra medi-lo?

Ou seja, o tempo se comporta como símbolo cronológico de fatos ou o tempo é um fluxo infinito que caminha linearmente pelo espaço?

São perguntas que o texto tenta responder. Mas não só o texto e sim muitos pensadores ocuparam seu tempo em desvendar os segredos do tempo.

Mas o processo não parece tão fácil assim, pois se trata de algo que foge a nossa capacidade de senso comum. Explicar o que é o tempo é fascinante e ao mesmo tempo confuso e abstrato demais.

Se formos analisar no aspecto do tempo como uma ferramenta do seres humanos para nos guiarmos no continuo espaço e tempo, estamos falando no processo civilizador. Se formos analisá-lo como essência, algo inerente aos seres humanos ou como algo que está ligado a natureza e ser a própria natureza, estamos nos inclinando para um plano físico e metafísico.

No plano metafísico o tempo está relacionado a criação e a destruição, ou algo que serve de material para forças exteriores ( Deus). No plano físico ou das ciências físicas o assunto entra em divergência. Na mecânica newtoniana se pensava que o tempo era continuo ou um parâmetro de evolução que “ corria numa mesma direção sempre, imutável como constante no meio das variáveis como por exemplo o espaço. Mas com as idéias da relatividade Einsteiniana mudou a forma de enxergar o tempo. Agora o tempo se comporta como variável, mutável e moldável, passou de um plano comum e constante para ser objeto que se influencia junto com o espaço.

Então na minha opinião as idéias sobre tempo e o próprio tempo não serão esclarecidas por completa, não vamos obter uma teoria completa que envolva a física a metafísica ou a própria sociologia em si, pois o tempo se comporta de um forma variável, susceptível a mudanças. Por isso mesmo é que sempre tentaremos desvendar esse mistério( e outros também), pois estamos presos ao tempo e ele nos serve de parâmetro e espaço para o palco da sobrevivência.

Mas ai é quem começa a historia...

“O tempo é a incerteza da verdade”.

( Vinicius Salomão )